por Júlio César Zanluca – contabilista e coordenador do Portal de Contabilidade
Alguns gestores financeiros, com razão, exigem que a contabilidade esteja em dia, para a tomada de decisões gerenciais.
Por contabilidade em dia entende-se uma contabilidade com as seguintes características:
– balancetes mensais fechados até, no máximo, dia 20 do mês subsequente;
– contas contábeis devidamente conciliadas;
– complementação de informações com notas explicativas;
– registro pelo regime de competência, incluindo provisão de férias, 13º salário, contas a pagar no mês seguinte (mas devidas ou consumidas no mês), tributos (incluindo IRPJ e CSLL), apropriação de despesas (e receitas) financeiras, etc.
Como consultor de empresas, em minha atividade anterior à que hoje desempenho, constatei que a “contabilidade em dia” se transformava em “contabilidade apressada”, onde tudo era feito mecanicamente e sem a devida atenção a determinadas contas, gerando distorções gritantes na demonstração do resultado e na apresentação das contas patrimoniais.
A grande deficiência da “contabilidade apressada” são os inúmeros documentos contábeis, fiscais e registros que deveriam ser contabilizados no mês (como, por exemplo, fretes sobre vendas) e o são somente por ocasião do pagamento (ocasionando o que chamamos de “regime de caixa”).
Os gestores contábeis precisam certificar-se que, no afã de cumprir prazos e metas, não deixem a qualidade da informação contábil de lado. Os erros mais comuns da “contabilidade apressada” são:
– omissão de registros de despesas e custos (como encargos financeiros, contas a pagar e comissões sobre vendas);
– má conciliação das contas (especialmente conta de clientes e fornecedores);
– registros “transitórios”, com a existência de contas absurdas, como “créditos a classificar”, “adiantamento diversos”, etc.
– falhas nos relatórios de provisão de férias, 13º salário, cálculos da remuneração de administradores, participações nos resultados e outras.
Se o fluxo de documentos e informações da empresa ou organização é falho, resta ao contabilista propor alterações para sua agilização, fazendo, se for o caso, a devida ressalva no balancete – afinal, alertar a administração das falhas de controle é uma das tarefas que nós, contabilistas, podemos e devemos executar.
Fechamento de Balanço
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Tudo é uma questão de metodologia e de cuidadoso planejamento, além, é claro, da insistente doutrinação de todos os colaboradores e funcionários da Empresa. Afinal a Contabilidade não é feita exclusivamente nas dependências do Departamento Contábil.
Mais de 90% da contabilidade de qualquer empresa é feita no Departamento Financeiro, que coordena pagamentos, recebimentos, assunção de compromissos e rendimentos bancários, por exemplo.
Ao longo de minha carreira deparei-me, infelizmente uma única vez, com um profissional que conseguia fechar a contabilidade da empresa na qual trabalhava (uma construtora de imóveis com várias obras, vários departamentos, e operações complexas, especialmente com investidores) DIARIAMENTE!!!
É isso mesmo! Ele esperava a chegada das informações financeiras no final do expediente bancário para fazer os últimos lançamento do dia. SIMPLES ASSIM!
Aliás seu grande segredo, já que a tecnologia da época era muito menor do que a que dispomos hoje (só um dado: não havia Internet, nem e-mail, consequentemente). E, ainda assim, de forma admirável esse Contador fazia um trabalho brilhante, completo, correto e, especialmente: EM TEMPO REAL!